a nossa despudorada justiça
Equidade é dos termos mais em voga nos últimos tempos, principalmente porque o estado, entidade que deveria tratar os cidadãos com equidade - com critérios de imparcialidade, reconhecendo os direitos de cada cidadão, entende que uns têm mais direitos, outros mais deveres e outros ainda só deveres. Há neste País uma classe de elite que enquadra banqueiros, grandes empresários, políticos de topo que é intocável, tem todos os direitos, quanto aos deveres, podem escolher os que bem entenderem porque a magistratura (classe apoiante!) trata-os com pinças (quantos deles foram já presos- e assim ficaram, por trafulhices???).
Depois há a classe trabalhadora que só tem deveres, porque os direitos, esses, vão-se diluindo a cada dia que passa: o direito à estabilidade laboral/financeira é coisa efémera, com as empresas a falirem em catadupa, e a levarem a desesperadas situações de desemprego; o direito a subsídio de desemprego é cada vez mais curto e de menor valor, porque o estado precisa de 6% ; o direito à assistência na doença é cada dia menos eficiente, sendo que até o subsídio de doença é cortado também em 5% porque o estado precisa do dinheiro dos doentes, na altura em que os medicamentos e a assistência médica mais levam; os restantes direitos vão-se diluindo lentamente....
Por fim há aqueles que sempre cumpriram com os seus devres em relação ao estado, a quem este afiançou que depois de uma carreira contributiva teriam direito à sua pensão de aposentação, a terminarem os seus dias com dignidade, e agora vêm a constatar que os seus descontos não passaram de um roubo do estado, sem direito ao extorno prometido. A estes é reconhecido o parco direito de irem sobrevivendo, e o dever de morrerem o mais depressa possível.
Toda esta situação de brutal contribuição obrigatória para o estado, sem qualquer tipo de retorno social digno (como acontece, por ex. nos países nórdicos), está a criar um clima de tensão social incomparável, mais ainda quando se fala no próximo OE 2013. A este propósito, a associação sindical de juízes considerou em 14 de outubro que este documento "não salvaguarda o princípio da igualdade na repartição dos sacrifícios e pede a fiscalização do Tribunal Constitucional". Como entretanto o estado não lhes retirou o subsídio de alojamento, considerando até que o mesmo deve continuar a não ser tributado em sede de IRS, tanto para os juízes no activo como para os jubilados e, como estes últimos são previligiados nos cortes das pensões...veremos se o pedido de fiscalização do OE 2013 avançará por parte desta associação sindical. Duvido que venham agora reclamar EQUIDADE, a "justiça" está demasiado partidarizada!!!...
1 comentário:
E por que razão é que estes senhores juizes jubilados não têm que pagar a taxa social de 4% e funcionam, para os impostos, como se estivessem no activo? Até deviam recusar uma benesse que não os "deixa" serem solidários.
Bjs.
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