segunda-feira, 12 de março de 2012

Iliteracia


A iliteracia é um fenómeno transversal a todas as classes sociais, classe política incluída. Nestes últimos dias surgiu o caso da Lusoponte, em que o despacho do secretário de estado dos transportes deu azo a um duplo pagamento referente ao último mês de agosto, a favor desta empresa. Sem denúncia da oposição a coisa seria abafada, passava, e os tugas seriam mais uma vez roubados a favor dos que engordam indignamente.
Hoje surgiu ainda o bluff dos mil milhões para reactivação das minas de Moncorvo, cujo presidente da Câmara teve o cuidado de vir desmentir apressada e publicamente, defendendo o governo, no fim de permitir que media e munícipes andassem iludidos desde 21 de outubro último. Mais outro caso de iliteracia, desta parte do presidente da câmara de Moncorvo, que nunca soube interpretar o que foi lendo nos media, até à presente data.
Demonstrando também sofrer de iliteracia, o que é muito grave para o cargo que desempenha, está o ministro da educação (em minúsculas por opção) que, após ler o relatório da Inspecção Geral de Finanças veio apressadamente acusar a Parque Escolar de inflacionar as obras em 447%, um número bárbaro. Uma vez que o referido documento não refere esses dígitos, explicando inclusivamente a razão da inflação na reabilitação de escolas não intervencionadas há 50 anos e mais, sendo que algumas exigências são provenientes da UE, só se pode depreender que a administração da PE é para demitir e nomear mais uns boys, e que as escolas são para ruir, assim como a cultura e educação do povo. A crónica de João Oliveira explica claramente a vergonhosa e pública interpretação/perversão que o ministro Crato deu ao documento da IGF.

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