in jornal Expresso
A 24 de Junho de 1994, dezenas de camionistas bloquearam a Ponte 25 de Abril. Parece que (segundo reza a minha memória), este foi o princípio do fim do governo do sr. Silva, então primeiro ministro. Nesse dia, um "miúdo" de 18 anos foi atingido por uma bala que lhe desfez o futuro atirando-o para uma cadeira de rodas, sem culpados nem desculpas. O corpo de intervenção da PSP afirmou que só usara balas de borracha e o então ministro da administração interna Dias Loureiro, confirmou a coisa, o tribunal também, e "prontus", o tempo tudo lava, até a memória das bestas.
Passados 19 anos, no dia 27 do mesmo mês, há 226 almas que se dirigiam para a mesma ponte, pensando muitos deles que o desfile era a continuação da manif organizada pelas centrais sindicais nesse dia de greve. São contidos por uma "caixa" policial e vem outro ministro da administração interna (desta vez um Miguel Macedo), com um discurso de "moralidade" afirmar que foi um acto gravíssimo, atentatório da segurança dos automobilistas etc. coisa e tal, e lá vão os tais 226 parar a tribunal. Pode ser que este seja também o sinal do princípio do fim deste desgoverno.
A Ordem dos Advogados teve, quanto a mim, um comportamento exemplar ao disponibilizar advogados de defesa para esta gentinha.
Já agora, quando me desloco à capital e tenho o azar de o fazer em dia de jogo de futebol, que tal mandarem para tribunal todos aqueles que se manifestam com cachecóis nas viaturas e fora delas, gritam as baboseiras que lhes apetece, fazem os gestos que lhes dão na real gana, e param o trânsito na 2ª circular, pondo em risco a minha segurança e obstruindo o meu direito de me deslocar livremente, assim como o de todos os outros que trabalham ou precisam de ali passar sem irem em futebóis????....
2 comentários:
Eu não me animava com a perspectiva de este governo vir a cair. O próximo será, forçosamente, igual. A única diferença é que vai voltar a gastar à tripa forra tal como fizeram sempre que estiveram no poder. E as consequência sabemos, infelizmente, quais são. Digo eu, que nisto de dizer mal seja de que governo for, sou do mais insuspeito que há!
:-)
Agora já se chegou à conclusão que não pode ser como dantes, e o facto de se dizer que não há alternativa satisfaz em pleno os desígnios deles, é uma ideia que lhes permite fazerem o que quiserem. Até os negócios que em tempos foram tão criticados agora são uma mina para o ministro das piruetas que está no desgoverno a fazer-lhe oposição. Enfim,estamos entregues a uma gente sem vergonha como nunca se viu antes.
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