sábado, 8 de janeiro de 2011

Cheias, aí estão!!!

cheia 1959 -Pombalinho
imagem roubada daqui

Lembro-me de ouvir o meu pai contar que um tio, com um espírito de humor fora de série, a propósito de uma das muitas cheias que assolam o Pombalinho (Santarém), dizia no seu grupo de amigos:
- Dizem que a cheia só dá prejuízo, a mim só me dá lucro! Tenho um muro, preciso de o deitar abaixo, ainda tinha que pagar a uns homens, veio a cheia pregou com ele no chão; tenho uma arca meia de favas, veio a cheia, fiquei com a arca cheia de favas; tenho uns fardos de palha que qualquer "borra-botas" rouba, agora estou descansado.
E pronto, há efectivamente que acrescentar estes benefícios às cheias, para além dos que hoje se lhes reconhecem, desde que não se transformem em calamidade.

2 comentários:

MGomes disse...

De facto as cheias do Tejo, sempre dividiram as pessoas por elas atingidas!!!

Para os trabalhadores do campo, eram sempre bem vindos aqueles dias de descanso forçado! Mas para os que tinham de precaver alguns dos bens domésticos para que não fossem atingidos pelas subidas repentinas das águas, já o sentimento era bem diferente!

De qualquer maneira, eu que vivi alguns anos da minha meninice a brincar nas cheias que passavam na rua bem junto à casa dos meus pais, sempre ouvi dizer que por alguma razão, as terras alagadas pelas águas do Tejo eram das mais fertéis do Ribatejo!

maria mar disse...

É verdade, são mesmo das mais férteis. Eu também vivi alguns anos da minha meninice a brincar nas cheias que passavam nas ruas dessa mesma aldeia. Adorava sair da escola e, com os botins de borracha, entrar devagarinho pela cheia, até que vinha uma desgraçada duma ondita que lá me molhava os pés e...era ralhete certo. Bons tempos! LOL