sexta-feira, 15 de março de 2013

O caminho faz-se...recuando!....

 
Numa pequena aldeia do concelho e distrito de Santarém, nasceu há já uns anos uma criança do sexo feminino que, aos seis anos começou a frequentar a escola primária local. Teve como primeira professora uma recém formada que vinha com ideias frescas, modernices, daquelas que naquele tempo não eram reconhecidas mas estinulavam a imaginação e o desejo de aprender: ensinou a ler pelo método global, num tempo em que, apesar das turmas serem mais numerosas, os alunos eram muito mais calmos e os pais tinham mais tempo para lhes dedicar, sem TVs nem PCs ou outras tecnologias e os tempos eram menos agitados. No 4º ano, chegou outra professora para assumir a turma e preparar os alunos para o respectivo exame, assim como para os exames de admissão à escola comercial/industrial e liceu. Quando surgiram os dias da tortura, os alunos foram transportados para Santarém, nuns casos nos carros dos país que tiravam o dia para isso, noutros em táxis pagos pelos mesmos, noutros ainda em transportes públicos, se os horários fossem compatíveis, pois tratavam-se de todos os alunos do concelho. Qualquer destes exames era eliminatório. Isto no tempo em que na parede por cima do quadro estava um Jesus crucificado, ladeado pelos dois ladrões da época (PR e Pres.Cons. Ministros). Mudaram-se os tempos, deu-se uma Revolução e, com ela vieram as experiências com o ensino: mudaram-se pedagogias; diversificaram-se actividades; adequaram-se estratégias e métodos em função de cada aluno/turma; implementou-se o Apoio Educativo e o Sócio-Educativo; modernizaram-se escolas; passaram a usar-se as novas tecnologias como um dos métodos de pesquisa; ordenou-se aos professores a não retenção de alunos; mudaram-se os métodos de avaliação que passou a ser contínua; posteriormente foram introduzidas Provas de Aferição a Matemática e Língua Portuguesa no 4º ano, procuraram-se estratégias que nos aproximassem dos países mais evoluídos, etc., etc., etc. Passados cerca de 40 anos sobre a Revolução que permitiu aproximar-nos dos restantes países da Europa, dos quais estávamos distantes em todas as áreas, vem agora este desgoverno reintroduzir os exames do 4º ano com carácter eliminatório e, de forma completamente arbitral, mandar os agrupamentos começarem a preparar a deslocação dos alunos para as suas sedes, com as atribulações logísticas que esta ordem acarreta, mais a desestabilização pedagógica e psicológica dos alunos. Já agora, quem os vai deslocar, já que a Lei de Meios não permite que as autarquias o façam? e onde está o protesto veemente dos pais e encarregados de educação, no que respeita à instabilidade psico-pedagógica que a medida acarreta para os seus educandos nesses dias????....
Voltámos aos tempos em que, apesar de não estarem as 3 imagens atrás referidas por cima do quadro, estão implícitas outras 3: a da troika, ladeada pelos 2 traidores à Pátria, que espezinham os avanços do processo ensino/aprendizagem e a classe docente para, através do obscurantismo, voltarem a dominar o povo.
"A educação torna as pessoas fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar." Peter, Henry

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