quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Os falsos moralistas

Penso que sou uma pessoa de convicções, que fala, pensa ou defende posições só porque sim. Sempre foi para mim inconcebível que (só!) as mulheres fossem presas quando há necessidade de recorrerem à IVG.
Pensei que esta questão já estivesse ultrapassada, principalmente nas cabeças daqueles que durante tantos anos andaram pela capital mandatados pelo Povo.
Ao longo do tempo de pré-campanha para as autárquicas e, depois, durante a campanha propriamente dita, houve arautos de peso político do Concelho que, por falta de argumentos credíveis, atacaram os seus opositores com a argumentação tosca de (entre outras) "serem do partido que aprovou o aborto".
Tantas e tantas vezes fiquei furiosa com este tipo de argumentação estúpida, própria de "talibãs" radicais e de pensamento misógeno, que não se importam que (só!) as mulheres continuem a expôr a sua vida íntima, a serem julgadas e condenadas quando, com conhecimento e cumplicidade dos seus parceiros e/ou maridos tomam esta difícil decisão. Que não se importam de ver as mulheres prescindirem da sua dignidade, saúde ou vida, principalmente aquelas que não tinham meios económicos que lhes permitisse a deslocação a um outro país. Este é, pois, o pensamento dos que continuam a ser os arautos de salazarentos falsos moralismos.
Aos homens deste Concelho que utilizaram este argumento como arma de arremesso político, só lhes posso chamar "figuras rupestres".

1 comentário:

Rosa dos Ventos disse...

A técnica do vale tudo não lhes valeu de nada!
Até de "escumalha" os militantes socialistas ou simpatizantes eram tratados...
O povo fartou-se, finalmente, de laranjas azedas! :-))

Abraço