Ando com problemas de visão ultimamente, talvez porque preciso de começar a usar lentes "progressistas", não consigo (ou não quero!) ver à distância, quando leio algumas notícias que vão surgindo sobre avaliação docente. Li, com surpresa (e mal, quem sabe?), que a Fenprof na pessoa de Mário Nogueira (quem mais?), não quer que notas altas sejam usadas em concurso. Para além deste sindicato, surge ainda um movimento independente também com a mesma ladaínha.
Então para os professores que, apesar de considerarem o método de avaliação mau acederam ser avaliados, aceitaram ser cobaias do novo processo avaliativo e, contra ventos e marés se submeteram à avaliação, o trabalho foi em vão? A partir de agora vão ter contra si o sindicato se usufruiram de uma nota alta? Quer dizer então que a Fenprof só admite que os professores avaliados com "Bom" ou "Satisfaz" utilizem a nota para concurso? Quer dizer ainda que o que interessa à Fenprof é a massificação da avaliação docente? Quer ainda dizer com isto que o professor que de alguma forma se distinguir dos restantes está lixado? Ou que todo aquele que pelas boas práticas e/ou empenho sobressaiu e teve uma boa avaliação, é penalizado a seguir não podendo servir-se da nota? Isto é bom para quem? Eu sei, mas não digo!...só digo que se fosse eu que estivesse na situação de não poder usar a nota pela qual trabalhei, a coisa não seria pacífica.
Apesar das alterações que se pretendem no método avaliativo!
9 comentários:
Neste mundo em que estamos inseridos nada é perfeito e julgo nunca conseguirmos a perfeição.Portanto no método de avaliações também existem falhas e continuarão a existir. No entanto será melhor haver avaliações do que meter tudo no mesmo saco.Há professores que devem ser distinguidos, não só pela sua dedicação e empenho, mas também pelas suas capacidades.De qualquer forma não devemos descurar, aqueles que dedicam toda a sua vida à profissão, podendo no entanto as suas qualidades profissionais não serem a cem por cento.Assim, deverão ser colocados no sítio certo.
A Mariamar vai-me desculpar, mas ou não leu a legislação, ou não a percebeu. E provavelmente ouve mais uma parte da questão do que a outra. Se me é permitida a opinião (de alguém que leu MUITO a legislação), aqui vai.
1. Os avaliadores são candidatos automáticos ao Muito Bom e Excelente. Todos os outros tinham de requerer aulas assistidas. Os avaliadores estavam impedidos de concorrer a aulas assistidas. Logo, há uma distinção imediata entre os avaliadores (que podiam nem ser titulares) e os "outros", com clara vantagem para os primeiros.
2. Os contratados em 2007/2008 estavam dispensados de praticamente todos os parâmetros de avaliação, excepto assiduidade. Aplicando a lei, uma percentagem dos contratados teve AUTOMATICAMENTE nota de Muito Bom ou Excelente, dependendo apenas das quotas. Nestes casos, sem critérios de desempate, as notas mais altas foram atribuídas "à sorte".
Não se trata, evidentemente, de premiar os que "trabalharam" para o Excelente. Pelo contrário, foi uma lotaria. Se daí decorressem consequências para a carreira, seria de uma iniquidade sem limites para aqueles que efectivamente "trabalharam" mas foram excluídos (por exemplo, por causa das quotas) e foram ultrapassados por outros que não fizeram os mínimos, mas a quem saiu a sorte grande.
Quem quiser realmente informar-se sem preconceitos, terá de compreender que a única saída justa para esta embrulhada está na anulação das classificações que efectivamente não foram de mérito.
Uma coisa são as belas teorias que se apregoam, outra coisa são a sua concretização. Acontece que a concretização dos beatos princípios de prémio ao mérito resultou no perfeito oposto: prémio aleatoriamente distribuído. Eu podia ficar uma tarde inteira a contar casos concretos, situações bizarras. A relatar processos completamente díspares até mesmo entre as escolas de um mesmo concelho... como o de Ourém. E não sei nem metade do que se passou por aí!
Mérito? Nepotismos...
Ok João eu sei das cotas e de tudo o resto, mas tb sei de casos que optaram por ser avaliados(as) sem serem avaliadores(as), que definiram OI's, que reuniram com os avaliadores, que tiveram aulas assistidas, que apresentaram portfolio, que serviram de cobaias da avaliação mas que saíram, certamente,mais enriquecidas com a experiência, que se esfalfaram de noite e de dia, e agora??? Não podem vir a servir-se da nota???
Então não valeu a pena!...melhor estivessem a dormir! É desses que falo!
Ah! E tb nao disse que concordo com o método ou que discordo das propostas de alteraçao que estao em discussao! Refiro-me somente aos que aceitaram a avaliaçao na integra, tal como está, porque a maioria ficou no patamar do nao!
Teríamos então de pesar na balança os que correram atrás da miragem da avaliação de mérito e os que a receberam de presente, sem esforço e sem mérito, prejudicando outros que não tiveram essa sorte.
Teríamos de pesar também na balança os ganhos efectivos para a escola das tais horas gastas a fazer portfólios e exposições para mostrar serviço.
Eu ainda não fui avaliado, mas sendo coordenador, e aplicando com rigor os critérios definidos na lei, seria um forte candidato a uma avaliação de mérito. Sem ter feito especialmente por isso.
Acções de formação (aquelas da ADD onde nada de novo se aprendeu): nota 10; assiduidade: nota 10; cumprimento do serviço e desempenho de cargos: nota 10; participação em projectos de inovação (era coordenador TIC): nota 9 ou 10... e por aí adiante. Como sou coordenador, sou sujeito a uma quota francamente vantajosa de mais de 25%; como sou da Comissão de Avaliação, sou sujeito a uma quota ainda mais favorável...
Mas não sinto que seja um prejuízo pessoal que a nota de "mérito" fique sem efeito. Pelo contrário, ela resultaria de circunstâncias altamente injustas.
Mais: na minha escola os contratados de 2007/2008 tiveram todos, como decorre das regras em vigor para esse ano, nota 10. Apenas a um foi atribuído o Excelente e a outro o Muito Bom (se não me falha a memória). Critérios de desempate? Inventados "a posteriori" por pressão da obrigação de aplicar as quotas. Votei contra, mas fui o único, porque toda a gente queria era ver-se livre "da coisa".
Mérito?
Sim... melhor estivessem a dormir, em vez de correrem atrás de uma miragem.
Que leu com atenção a legislação logo de início tinha obrigação de perceber que o que lá estava regulamentado era impraticável, pela simples natureza das coisas.
Começava logo com a imposição de rever em 15 dias o Regulamento Interno de todos os agrupamentos. Foi feito em algum lugar?
Ou a obrigação de contar para avaliação as notas dos alunos, ponderadas aluno a aluno em relação a todas as disciplinas do próprio ano e do ano anterior e comparadas com a avaliação diagnóstico. Nunca ninguém conseguiu formular uma solução para esse caos, nem mesmo o Ministério com todos os seus sábios, a ponto de a deixarem cair por não saberem o que fazer com aquilo.
Só os ingénuos acreditaram que aquilo era viável e procuraram sacar vantagem sobre os outros.
Na minha opinião, não merecem o troféu.
João? Que fique bem claro que não presto vassalagem ao ME nem nunca acreditei neste tipo de avaliaçao demasiado burocratizada e retorcida. O que eu acho injusto é que em relaçao aos profs que quiseram ser avaliados, que "remaram" contra ventos e marés, a avaliaçao fique na gaveta, ou nao se possam servir dela se ficarem inseridos nas cotas de expressao avaliativa mais elevada. Nao acho justo! Depois de passarem por todo o processo avaliativo, nao acho justo!
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